Passagem da Lua CheiaPrimeiros e variadosFlor de carrapicho e Passagem das horasSegundos e variadosMundo comumA fila andaEntre vôosCotidiano furtivoMovido à lenhaEsquisito
terça-feira, 27 de outubro de 2009
algumas palavras sobre isso
terça-feira, 13 de outubro de 2009
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
domingo, 10 de maio de 2009
letras do Clube da esquina 2
credo
Milton Nascimento e Fernando Brant
Caminhando pela noite de nossa cidade
Acendendo a esperança e apagando a escuridão
Vamos, caminhando pelas ruas de nossa cidade
Viver derramando a juventude pelos corações
Tenha fé no nosso povo que ele resiste
Tenha fé no nosso povo que ele insiste
E acordar novo, forte, alegre, cheio de paixão
Vamos, caminhando de mãos dadas com a alma nova
Viver semeando a liberdade em cada coração
Tenha fé no nosso povo que ele acorda
Tenha fé no nosso povo que ele assusta
Caminhando e vivendo com a alma aberta
Aquecidos pelo sol que vem depois do temporal
Vamos, companheiros pelas ruas de nossa cidade
Cantar semeando um sonho que vai ter de ser real
Caminhemos pela noite com a esperança
Caminhemos pela noite com a juventude
nascente
Clareia manhã
O sol vai esconder a clara estrela
Ardente, pérola do céu refletindo teus olhos
A luz do dia a contemplar teu corpo
Sedento, louco de prazer e desejos
Ardentes
ruas da cidade
milton nascimento / Lô Borges / Marcio Borges
Guiacurus Caetés Goitacazes
Tupinambás Aimorés
Todos no chão
Guajajaras Tamoios Tapuias
Todos Timbiras Tupis
Todos no chão
A parede das ruas
Não devolveu
Os abismos que se rolou
Horizonte perdido no meio da selva
Cresceu o arraial
Passa bonde passa boiada
Passa trator, avião
Ruas e reis
Guajajaras Tamoios Tapuias
Tupinambás Aimorés
Todos no chão
A cidade plantou no coração
Tantos nomes de quem morreu
Horizonte perdido no meio da selva
Cresceu o arraial
paixão e fé
milton nascimento / Tavinho Moura / Fernando Brant
Já bate o sino, bate na catedral
E o som penetra todos os portais
A igreja está chamando seus fiéis
Para rezar por seu Senhor
Para cantar a ressureição
E sai o povo pelas ruas a cobrir
De areia e flores as pedras do chão
Nas varandas vejo as moças e os lençóis
Enquanto passa a procissão
Louvando as coisas da fé
Velejar, velejei
No mar do Senhor
Lá eu vi a fé e a paixão
Lá eu vi a agonia da barca dos homens
Já bate o sino, bate no coração
E o povo põe de lado a sua dor
Pelas ruas capistranas de toda cor
Esquece a sua paixão
Para viver a do Senhor
casamiento de negros
Milton Nascimento / Violeta Parra
Se ha formado casamiento,
Todo cubierto de negro,
Negros novios y padriños,
Negros cuñados y suegros,
Y el cura que lo casó,
Era de lo mismo negro.
Cuando empiezaron la fiesta,
pusieron el mantel negro,
Negro llegaran al postre,
Se servieron higos secos,
Y se fueron a acostar,
Debajo de un cielo negro.
Y allá está las dos cabezas,
De la negra con el negro,
Y amanecieron con frio,
Tuvieron que prender fuego,
Carbón trajo la negrita,
Carbón que también és negro.
algo duele a la negra,
Vindo el médico del pueblo,
Recetó emplastro del barro,
Pero del barro más negro,
Que le dieron a la negra,
Zumo del maquí del cerro.
Ya se murió la negrita,
Que penaba pobre negro,
La por cientro de un cajón,
Cajón pintao de negro,
No prienderon ninguna vela,
Ay! Que velorio tan negro
olho-d'água
Milton Nascimento, Paulo Jobim e Ronaldo Bastos
E já passou, não quer passar
E já choveu, não quer chegar
E me lembrou qualquer lugar
E me deixou, não sei que lá
Não quer chegar e já passou
E quer ficar e nem ligou
E me deixou qualquer lugar
Desatinou, caiu no mar
Caiu no mar, Nena
Pipo, cadê você?
Dora, cadê você?
Pablo, Lilia, cadê você?
Beira Rio
Duas Barras
Morro Velho
Ponte Nova
Maravilha
Buracada
Semidouro
Olho-D'Água
Caiu no mar, Pedro
Chico, cadê você?
Lino, cadê você?
Zino, Zeca, cadê você?
Vista Alegre
Cruz das Almas
Maroleiro
Asa Branca
Bom Sossego
Santo Amaro
Poço Fundo
Montes Claros
Cachoeira
Mambucaba
Porto Novo
Água Fria
Andorinha
Guanabara
Sumidouro
Olho-D'Água
canoa, canoa
milton nascimento / Nelson Angelo / Fernando Brant
Canoa canoa desce
No meio do rio Araguaia desce
No meio da noite alta da floresta
Levando a solidão e a coragem
Dos homens que são
Ava avacanoê
Ava avacanoê
Avacanoeiro prefere as águas
Avacanoeiro prefere o rio
Avacanoeiro prefere os peixes
Avacanoeiro prefere remar
Ava prefere pescar
Ava prefere pescar
Dourado, arraia, grumatá
Piracará, pira-andirá
Jatuarana, taiabucu
Piracanjuba, peixe-mulher
Avacanoeiro quer viver
Avacanoeiro só quer pescar
Dourado, arraia e grumatá
Piracanjuba, peixe mulher
o que foi feito devera
milton nascimento / Clube da esquina
O que foi feito, amigo,
de tudo que a gente sonhou
O que foi feito da vida,
o que foi feito do amor
Quisera encontrar aquele verso menino
Que escrevi há tantos anos atrás
Falo assim com saudade,
falo assim por saber
Se muito vale o já feito,
mas vale o que será
Mas vale o que será
E o que foi feito é preciso
conhecer para melhor prosseguir
Falo assim sem tristeza,
falo por acreditar
Que é cobrando o que fomos
que nós iremos crescer
Nós iremos crescer,
outros outubros virão
Outras manhãs, plenas de sol e de luz
Alertem todos alarmas
que o homem que eu era voltou
A tribo toda reunida,
ração dividida ao sol
E nossa Vera Cruz,
quando o descanso era luta pelo pão
E aventura sem par
Quando o cansaço era rio
e rio qualquer dava pé
E a cabeça rolava num gira-girar de amor
E até mesmo a fé não era cega nem nada
Era só nuvem no céu e raiz
Hoje essa vida só cabe
na palma da minha paixão
Devera nunca se acabe,
abelha fazendo o seu mel
No pranto que criei,
nem vá dormir como pedra e esquecer
O que foi feito de nós
mistérios
milton nascimento / Joyce / Maurício Maestro
Um fogo queimou dentro de mim
Que não tem mais jeito de se apagar
Nem mesmo com toda água do mar
Preciso aprender os mistérios do fogo pra te incendiar
Um rio passou dentro de mim
Que eu não tive jeito de atravessar
Preciso um navio pra me levar
Preciso aprender os mistérios do rio pra te navegar
Vida breve, natureza
Quem mandou, coração?
Um vento bateu dentro de mim
Que eu não tive jeito de segurar
A vida passou pra me carregar
Preciso aprender os mistérios do mundo pra te ensinar

pão e água
milton nascimento / Lô Borges / Márcio Borges / Roger Mota
Prato feito mal servido todo dia
Todo povo a devorar
Como pasto verde calmamente devorado
Pelos animais
Cachoeiras sem as águas
É barranco torto morto tudo igual
Como correnteza sem barranco
É apenas água a rolar
Gira a roda do moinho
Mói o milho, mói o trigo, faz o pão
Pão e água mal servidos para devorar
Corre a bola, rola o circo
Alegria tudo, tudo é carnaval
No silêncio dessas matas muita coisa viva
Tem pra se matar
Picadeiro sem palhaço
Todos os aplausos são para o leão
E essa platéia educada
Calmamente a ver e esperar
Girar a roda da fortuna
Mói a vida, mói o sonho, mói o pão
Pão e circo mal servidos para devorar
e daí?
milton nascimento / Milton Nascimento / Ruy Guerra
Tenho nos olhos quimeras
Com brilho de trinta velas
Do sexo pulam sementes
Explodindo locomotivas
Tenho os intestinos roucos
Num rosário de lombrigas
Os meus músculos são poucos
Pra essa rede de intrigas
Meus gritos afro-latinos
Implodem, rasgam, esganam
E nos meus dedos dormidos
A lua das unhas ganem
E daí?
Meu sangue de mangue sujo
Sobe a custo, a contragosto
E tudo aquilo que fujo
Tirou prêmio, aval e posto
Entre hinos e chicanas
Entre dentes, entre dedos
No meio destas bananas
Os meus ódios e os meus medos
E daí?
Iguarias na baixela
Vinhos finos nesse odre
E nessa dor que me pela
Só meu ódio não é podre
Tenho séculos de espera
Nas contas da minha costela
Tenho nos olhos quimeras
Com brilho de trinta velas
E daí?
(Letras capturadas do acervo de canções do Portal Terra.)
sábado, 9 de maio de 2009
Composição: Noel Rosa / João de Barro (Braguinha)
A estrela d'alva
No céu desponta
E a lua anda tonta
Com tamanho esplendor
E as pastorinhas
Pra consolo da lua
Vão cantando na rua
Lindos versos de amor
Linda pastora
Morena da cor de Madalena
Tu não tens pena
De mim que vivo tonto com o teu olhar
Linda criança
Tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre e sempre te amar
Canto de Ossanha
Composição: Vinicius de Moraes / Baden Powell
- "O canto da mais difícil
E mais misteriosa das deusas
Do candomblé baiano
Aquela que sabe tudo
Sobre as ervas
Sobre a alquimia do amor"
Deaaá! Deeerê! Deaaá!
O homem que diz "dou"
Não dá!
Porque quem dá mesmo
Não diz!
O homem que diz "vou"
Não vai!
Porque quando foi
Já não quis!
O homem que diz "sou"
Não é!
Porque quem é mesmo "é"
Não sou!
O homem que diz "tou"
Não tá
Porque ninguém tá
Quando quer
Coitado do homem que cai
No canto de Ossanha
Traidor!
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor...
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!...
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não!
Eu só vou se for prá ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor...
Amigo sinhô
Saravá
Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha
Não vá!
Que muito vai se arrepender
Pergunte pr'o seu Orixá
O amor só é bom se doer
Pergunte pr'o seu Orixá
O amor só é bom se doer...
Vai! Vai! Vai! Vai!
Amar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Sofrer!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Chorar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Dizer!...
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não!
Eu só vou se for prá ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor...
Vai! Vai! Vai! Vai!
Amar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Sofrer!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Chorar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Dizer!...(2x)
quinta-feira, 30 de abril de 2009
escritos do alto mar

As crônicas de Gilberto Vasconcellos na "Ilustrada" fizeram minha cabeça no começo dos anos 1980. Elas vinham publicadas no jornal de sexta-feira, que eu avidamente devorava com os olhos e a mente bem abertos. Dias atrás, (re)encontrei essa crônica recortada do jornal entre os meus albuns de lembranças e por uns instantes voltei àqueles anos de descobertas.
Para ver mais textos recortados de jornais, clique aqui.
(crédito: Vasconcellos, Gilberto. Folha de São Paulo. Caderno Ilustrada, 20 de fevereiro de 1981)
terça-feira, 24 de março de 2009
quando o comerciou fechou aos domingos
sexta-feira, 13 de março de 2009
um dia qualquer
Mais exemplares d´O Diário, aqui.

terça-feira, 10 de março de 2009
no tempo em que existia onça


O comerciante João Rolim era barateiro, mas só queria vender à dinheiro!

Muitas coisas acontecem. Os sócios Cerqueira e Soares dizem que perderam uma promissória em favor do capitão José Marques, uma pessoa promete gratificar quem achar seu cachorrinho e uma mulher se oferece para lavar e passar a preços módicos e manda os interessados tratarem do assunto com o Firmino (seu marido? seu irmão? seu pai?)

O nome da empresa era o nome do dono.


As pessoas eram educadas ou se esforçavam para isso e falavam com clareza de seus negócios...

Dona Nha Santa hospedava famílias numa casa grande da Rua Campos Sales.

Ás vezes tinha circo, as vezes tinha corridas.
domingo, 8 de março de 2009
recortes do cotidiano



O Trovão (Tatuí)Revista FarmacêuticaJornal do Gentio (“órgão propagandístico médico-botânico da flora aborígene")Arquivo Clínico, do Dr. David O. Honi (Poços de Caldas).Eco Português, órgão da colônia portuguesa de S. Paulo.Correio Paulistano.O Botucabense.Tribuna do PovoSul de São Paulo (Faxina)A Redenção (jornal abolicionista)O Imparcial (São Paulo)A Nação, órgão do partido chefiado pelo General Clycério.O Correio AcadêmicoO Democrata (Dois Córregos)O Vitória (São Paulo)Revisão da Constituição Federal de 24/02. Panfleto de Arthur Breves.O Prelúdio, órgão do Grêmio Literário Juvenil de Itapetininga).O Jundialense, órgão do Partido Republicano da cidade de Jundiaí.Capital Paulista.A Violeta (revista de letras)Tribuna de Franca.Comarca de IguapeO Tipógrafo, jornalzinho humorístico publicado em JaboticabalO Rutineiro, do mesmo gênero que o precedente, publicado em Tatuí.
A Luz Divina (São Paulo)Primavera (Prata, MG)O Brasil Elegante, jornal de moda das famílias brasileiras.O Janota, folha literária humorística e noticiosa publicada em Amparo.O Barbarense, órgão republicano publicado na vila de Santa Bárbara.Direito e Escrituração Mercantil, livro de José Augusto do Amaral Sobanho, de Sorocaba.Dez Contos (livrinho do insígne professor Arthur Goulart.Santa Cruz, pequena revista de religião, letras, atos e pedagogia. São Paulo.A Rex, jornal de literatura amena, com seção italiana dedicada ao belo sexo sorocabano.A Platéia.A Folha, periódico de Porto Ferreira.Cidade de LimeiraCorreio de Botucatu.Correio de Itabira, órgão do governo municipal.Gazeta de Santa Rita, periódico imparcial e literário do sr. Tlamínio Ernesto de Vasconcellos.Comércio de Amparo.O Grito da Pátria, folha mais republicana e de mais propaganda no Brasil, propriedade de uma empresa anônima.
Clique nas imagens para ver em tamanho ampliado.

sábado, 21 de fevereiro de 2009
não vá se perder por aí
Veja como vem
Veja bem!
Veja como vem...
Vai, vai, vem
Veja bem:
como vai, vem
Veja como vai
Veja bem
Veja bem como vem
Vai vem se ela vai também
Cuidado meu amigo
Não vá se estrepar
Não queira dar um passo mais largo
Que as pernas podem dar
Não se iluda com um beijo
Uma frase ou um olhar
Não vá se perder por aí...
Veja como vem
Veja bem
Veja como vem
Vai, vai, vem
Veja bem
Como vai, vem
Veja como vai
Veja bem
Veja bem como vem
Vai vem se ela vai também
Você é bem grandinho
Já pode se cuidar e
Ir seguindo o seu caminho
Sempre errando até um dia acertar
Mas não tenha muita pressa
Vá tentando devagar
Só não vá se perder por aí...
Nâo Vá Se Perder Por Aí. Os Mutantes. Composição: Arnaldo Dias Baptista - Ritta Lee - Arnolpho Lima Filho(Liminha)
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Cananéia
Fomos em dois carros: Nazaré e a filha Inêz, vindas de Piracicaba, e eu e minhas gêmeas, Elisa e Eloá, vindos de Itapetininga.
Marcamos o encontro às 10 hs da manhã no trevo da estrada de Sorocaba / Piedade. E, como tudo que é bem combinado acaba dando certo, nos encontramos lá sem nenhum problema e de lá partirmos para o longo - cerca de 200 km - e sinuoso caminho para se chegar em Cananéia.
O trajeto sinuoso inclui a travessia da Serra da Anta, uma grande e densa cadeia de morros e montanhas coberta com o que da Mata Atlântica ainda sobrevive à fúria capitalista dos paulistas.
A Serra - que eu chamo "da Anta" devido a existência de uma bica de água potável em forma de cabeça de anta, localizada na beira da estrada e no meio da Serra, onde os motoristas costumam parar para beber da sua água, fazer xixi ou simplesmente para esticar as pernas e os braços - está situada entre os municípios de Tapiraí e Juquiá, este último sendo passagem obrigatória para quem vai para a rodovia federal BR 116.
Dirigir na Serra da Anta não é coisa das mais fáceis, pois a estrada, além de possuir centenas de curvas fechadas, que não permitem ver com antecedência os veículos que vêm em sentido contrário, também não possui acostamento e com muita facilidade, em dias de chuva, pode sofrer quedas de barreiras e árvores pelo meio do caminho. Toda atenção é pouca por lá (uma regra básica infelizmente nem sempre respeitada).
Depois dos quase 50 km de serra, o próximo passo é alcançar a BR 116, no sentido para Curitiba, e depois de alguns kilómetros pegar a estrada para Pariquera-Açu e daí então, novamente em meio aos morros e montanhas de mata atlântica, seguir cerca de mais 50 km rumo à Cananéia.
E, por fim, depois disso tudo, chegamos lá, no extremo sul do litoral do Estado de São Paulo.
Depois de passarmos pelo portal de entrada (e de saída também, é claro) de Cananéia, telefonamos para a senhora Fátima, com quem havíamos anteriormente combinado o aluguel de uma casa para 3 pernoites. Eu a descobri através de uma pesquisa no internet. Ela nos esperava em frente à Agência do Correio de Cananéia e foi muito amável conosco, nos levando até a casa contratada e nos ajudando em nosso novo ambiente.
E daí tudo aconteceu da melhor maneira. Passamos três dias muito tranquilos e divertidos, enchendo nossos olhos com as peculiaridades da cidade, a beleza do mar e a simpatia dos moradores, sempre gentis com os turistas.
O único "senão" nessa história é quanto ao estado lamentável em que encontramos a cidade de Cananéia, aparentemente abandonada pelos funcionários da Prefeitura, com mato e lixo se amontoando nas ruas e calçadas. Segundo nos explicaram, o prefeito anterior, que está sumido, deixou a Prefeitura completamente quebrada, material e financeiramente, deixando os funcionários municipais sem salários já há 3 meses (é o que me disseram, não estou aumentando).
Aliás, falando nisso, um comentário triste que ouvi de um morador é que a eleição do ano passado foi disputada voto a voto por lá, e só por pouco o ex-prefeito, embora a evidente e escandalosa má gestão, não permaneceu no cargo. Esse fato me fez pensar como nós somos ainda um povo ruim, em que uma grande parte de nós (nós!!) se deixa seduzir com facilidade pelo encanto dos maus políticos.
Também me disseram que o novo prefeito, o médico de nome Adriano César Dias, está muito disposto a botar a cidade em ordem, mas isso vai demorar um bom tempo, dado os estragos dexiados pelo seu antecessor. Todas as pessoas com quem conversei demonstraram respeito e muita esperança pelo novo prefeito. Torço para que ele consiga satisfazer a todos, o mais rápido possível.
Mas, enfim... vamos às fotos:

Potal da cidade de Cananéia. Colocaram uma caravela portuguesa no ar.
Tabuleta do portal da cidade de Cananéia, onde se lê: "Cananéia, cidade ilustre do Brasil".
A presença portuguesa nos azulejos azuis da porta e das janelas da casa
O artesão Amir Oliveira. Carismático, comunicativo, alegre, Amir também é contador de "causos caiçaras" e "histórias de pescador". Na foto, ele aparece em frente à sua loja na Rua do Artesão. Pode-se ver ali, pela porta da loja, as prateleiras com seus trabalhos. Destaque para as rabecas, que alguns chamam de "viola caipira", feitas por ele com madeira local. Infelizmente, não fotografei suas esculturas de santos em madeira maciça, que são belíssimas.
Aspecto do beco assentado em pedras que vai dar no beira-mar.
Um casario no beira-mar.
Aspecto do beira-mar, visto a partir da balsa que leva ao extremo sul da Ilha Comprida. Se vc clicar na foto vai vê-la ampliada e poder perceber o porto das balsas.
O beira-mar mais de perto. Os três primeiros prédios que aparecem a partir da esquerda da foto são alguns dos bares, lanchonetes e restaurantes mais badalados. Aliás, é na rua em frente a esses prédios, onde existe uma praça e a velha igreja, onde ocorre os agitos noturnos de Cananéia.
Uma balsa estacionada.


Homenagem à "Graúna", do Henfil
No final da década de 1970, eu era apenas um adolescente curioso quando, por acaso, frequentando a banca de jornais da rodoviária de Itapeti...

-
O paradoxo da espera do ônibus é um curta metragem sobre o paradoxo da espera, isto é, sobre o fato de quanto mais se espera, menos, paradox...
-
Fac-símile da capa. O Diário, número 200. Quarta-feira, 15 de setembro de 1915.