Fomos em dois carros: Nazaré e a filha Inêz, vindas de Piracicaba, e eu e minhas gêmeas, Elisa e Eloá, vindos de Itapetininga.
Marcamos o encontro às 10 hs da manhã no trevo da estrada de Sorocaba / Piedade. E, como tudo que é bem combinado acaba dando certo, nos encontramos lá sem nenhum problema e de lá partirmos para o longo - cerca de 200 km - e sinuoso caminho para se chegar em Cananéia.
O trajeto sinuoso inclui a travessia da Serra da Anta, uma grande e densa cadeia de morros e montanhas coberta com o que da Mata Atlântica ainda sobrevive à fúria capitalista dos paulistas.
A Serra - que eu chamo "da Anta" devido a existência de uma bica de água potável em forma de cabeça de anta, localizada na beira da estrada e no meio da Serra, onde os motoristas costumam parar para beber da sua água, fazer xixi ou simplesmente para esticar as pernas e os braços - está situada entre os municípios de Tapiraí e Juquiá, este último sendo passagem obrigatória para quem vai para a rodovia federal BR 116.
Dirigir na Serra da Anta não é coisa das mais fáceis, pois a estrada, além de possuir centenas de curvas fechadas, que não permitem ver com antecedência os veículos que vêm em sentido contrário, também não possui acostamento e com muita facilidade, em dias de chuva, pode sofrer quedas de barreiras e árvores pelo meio do caminho. Toda atenção é pouca por lá (uma regra básica infelizmente nem sempre respeitada).
Depois dos quase 50 km de serra, o próximo passo é alcançar a BR 116, no sentido para Curitiba, e depois de alguns kilómetros pegar a estrada para Pariquera-Açu e daí então, novamente em meio aos morros e montanhas de mata atlântica, seguir cerca de mais 50 km rumo à Cananéia.
E, por fim, depois disso tudo, chegamos lá, no extremo sul do litoral do Estado de São Paulo.
Depois de passarmos pelo portal de entrada (e de saída também, é claro) de Cananéia, telefonamos para a senhora Fátima, com quem havíamos anteriormente combinado o aluguel de uma casa para 3 pernoites. Eu a descobri através de uma pesquisa no internet. Ela nos esperava em frente à Agência do Correio de Cananéia e foi muito amável conosco, nos levando até a casa contratada e nos ajudando em nosso novo ambiente.
E daí tudo aconteceu da melhor maneira. Passamos três dias muito tranquilos e divertidos, enchendo nossos olhos com as peculiaridades da cidade, a beleza do mar e a simpatia dos moradores, sempre gentis com os turistas.
O único "senão" nessa história é quanto ao estado lamentável em que encontramos a cidade de Cananéia, aparentemente abandonada pelos funcionários da Prefeitura, com mato e lixo se amontoando nas ruas e calçadas. Segundo nos explicaram, o prefeito anterior, que está sumido, deixou a Prefeitura completamente quebrada, material e financeiramente, deixando os funcionários municipais sem salários já há 3 meses (é o que me disseram, não estou aumentando).
Aliás, falando nisso, um comentário triste que ouvi de um morador é que a eleição do ano passado foi disputada voto a voto por lá, e só por pouco o ex-prefeito, embora a evidente e escandalosa má gestão, não permaneceu no cargo. Esse fato me fez pensar como nós somos ainda um povo ruim, em que uma grande parte de nós (nós!!) se deixa seduzir com facilidade pelo encanto dos maus políticos.
Também me disseram que o novo prefeito, o médico de nome Adriano César Dias, está muito disposto a botar a cidade em ordem, mas isso vai demorar um bom tempo, dado os estragos dexiados pelo seu antecessor. Todas as pessoas com quem conversei demonstraram respeito e muita esperança pelo novo prefeito. Torço para que ele consiga satisfazer a todos, o mais rápido possível.
Mas, enfim... vamos às fotos:

Potal da cidade de Cananéia. Colocaram uma caravela portuguesa no ar.
Tabuleta do portal da cidade de Cananéia, onde se lê: "Cananéia, cidade ilustre do Brasil".
A presença portuguesa nos azulejos azuis da porta e das janelas da casa
O artesão Amir Oliveira. Carismático, comunicativo, alegre, Amir também é contador de "causos caiçaras" e "histórias de pescador". Na foto, ele aparece em frente à sua loja na Rua do Artesão. Pode-se ver ali, pela porta da loja, as prateleiras com seus trabalhos. Destaque para as rabecas, que alguns chamam de "viola caipira", feitas por ele com madeira local. Infelizmente, não fotografei suas esculturas de santos em madeira maciça, que são belíssimas.
Aspecto do beco assentado em pedras que vai dar no beira-mar.
Um casario no beira-mar.
Aspecto do beira-mar, visto a partir da balsa que leva ao extremo sul da Ilha Comprida. Se vc clicar na foto vai vê-la ampliada e poder perceber o porto das balsas.
O beira-mar mais de perto. Os três primeiros prédios que aparecem a partir da esquerda da foto são alguns dos bares, lanchonetes e restaurantes mais badalados. Aliás, é na rua em frente a esses prédios, onde existe uma praça e a velha igreja, onde ocorre os agitos noturnos de Cananéia.
Uma balsa estacionada.


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