segunda-feira, 7 de abril de 2008

nova bandeira: vamos dar um tempo!

Depois de quase um ano que voltei a morar no centro da cidade de Itapetininga, não deixo ainda de me impressionar com o movimento urbano de pessoas e carros.
É muita gente, muito carro e, claro, muita poluição.
Ás vezes eu me debruço na janela do meu sobrado, a olhar tudo isso.
Observo a minha própria rua, sempre cheia de papéis e plásticos lançados ao chão pelas pessoas que por aqui passam, seja para irem às lanchonetes, seja para ir ao supermercado aqui em frente ou simplesmente porque usam a minha rua para irem de um lugar a outro da cidade.
Observo como o asfalto está novamente cheio de trincas e rachaduras, embora não faça mais de 3 meses que a Prefeitura esteve aqui tapando buracos (é que a rua não resiste ao peso dos veículos pesados que aqui estacionam todos os dias para abastecerem o supermercado enfrente a minha casa).
Observo os meus vizinhos, tão indiferentes a tudo isso, fechados em suas casas, provavelmente cansados de ver a rua se tranformando rapidamente numa terra de cidadãos anônimos, onde se pode fazer qualquer barulho, qualquer sujeira, qualquer bebedeira, qualquer asneira - pois a polícia irá tolerar, os donos de bares vão incentivar e os fiscais da Prefeitura vão desviar os olhos.
Observo como os cidadãos que vêm aqui ao centro "se divertir" acham tudo isso - o barulho, a poluição, a queima de combustível - um sinal de progresso, alegria e liberdade - e ai de você se vc for lá dizer o contrário disso! Vão dizer que vc é um louco, um chato e etc.
"Quem que esse cara tá pensando que é? A gente tá só se divertindo e esse cara aí metido a besta vem dizer que isso não tá certo!!"
Oras, oras.... é o que devem pensar de pessoas como eu, com certeza - o que também nem me importa, embora também não me agrade ser considerado assim.
Olhando o movimento da rua pela janela de casa, tentei calcular quanto de monóxido de carbono o trânsito das pessoas no centro da cidade produz num simples final de semana, mas como eu simplesmente não tenho competência para isso o que eu posso dizer, portanto, beira a "achometrologia".
POis é fácil deduzir que a poluição produzida num final de semana não é pouca. Com certeza é um pouco menos que a de um dia qualquer da semana, mas mesmo assim a quantidade de poluentes lançada no ambiente não deve ser uma nada desprezível.
Isso porque muitas pessoas, infelizmente, não conseguem praticar seu laser sem ser com seu automóvel ou sua motocicleta ou então sem consumir alguma coisa (lanches e bebidas principalmente) - tudo isso implicando necessariamente em queima de combustíveis fósseis e mais poluição na atmosfera.
O interessante - interessante porque isso é algo relativamente "novo" no contexto brasileiro, talvez coisa de 10 anos - é que a poluição dos finais de semana não é produzida mais exclusivamente pelo movimento das pessoas em busca de momentos de laser. Não. Agora também se polui nos finais de semana simplesmente para ir de um supermercado a outro, de uma loja a outra, pois já faz um bom bocado de anos que o comércio está funcionando inclusive aos domingos e feriados.
Páre e pense: quanta poluição a mais não está sendo produzida pelo simples fato do comércio estender suas atividades aos domingos e feriados!? Que que vc acha?
Ah, já sei, vc acha que isso é um "imperativo econômico" - que tem que ser assim, que a vida moderna obriga a isso, que quanto mais o comércio funcionar mais emprego e renda vão ser gerados e que só os "ecochatos" é que poderiam pensar o contrário... ah, tá. Tá bom.
Mas, sinto muito, não é bem assim não.
Não é que eu esteja rogando praga, mas, infelizmente, está próximo o dia em que vamos ter que fechar o comércio não só aos domingos e feriados, mas também em outros dias da semana. Isso porque, ou não vamos ter alimentos para oferecer a toda a população, ou porque a nossa frota de veículos vai aumentar num tal tamanho, que não vai haver nem espaço nas ruas, nem nas garagens e estacionamentos para tanto carro.
Pois é, daí que eu penso, para concluir: porque é que a gente não faz as coisas certas, antes que as coisas erradas aconteçam?
Não é mais fácil prevenir do que remediar?
Então, meu amigo, porque vc não defende junto comigo a bandeira de fecharmos o comércio aos finais de semana e feriados?
Além de preservarmos o ambiente, ainda vamos poder dar uma oportunidade a mais para nossos pobres trabalhadores ficarem um pouco mais com suas famílias.
Pense nisso.

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