segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

eu quero uma casa no campo

Depois de muito tempo, consegui finalmente viajar. Embora tenha tido quase um mês e meio de férias, foi impossível para mim fazer qualquer coisa fora de Itapetininga nesse período. Motivos: reforma na casa, falta de grana, um pouco de precaução e uma boa dose de preguiça (não gosto de viajar nas férias de final de ano pois todos os locais que gosto de ir estão lotados de pessoas e carros).

E fui, então.
Destino: o sítio de Neusa, na cidade de Monteiro Lobato, próxima a São José dos Campos. Antes passamos por Santa Branca, onde visitamos Irene, mãe de Maria Teresa, e que nos acompanhou pelo resto da viajem. No sábado à noite aproveitamos para conhecer São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos, onde existem muitas pousadas que, dizem, são de "primeiro mundo".
Todas esses locais ficam no Vale do Paraíba, um lugar mágico, de muitos morros, cachoeiras e estradas sinuosas. Não é coincidência que aí tenha sido o lugar onde o escritor Monteiro Lobato encontrou inspiração para escrever seus livros. O lugar é fantástico mesmo, um cenário de fábulas e romances.
Ficamos sob chuva todos os dias e, como estávamos na zona rural, também ficamos com os sapatos sempre sujos de barro - o que, muito longe de ser um estorvo, foi sempre um motivo de riso, principalmente para as minhas gêmeas, Elisa e Eloá.
Neusa nos recebeu muitíssimo bem, nos deixando a vontade em seu maravilhoso sítio e nos proporcionando uma mesa farta de bons alimentos -alguns feitos por ela mesma (como as geléias de amora, sidra e goiaba e os pães de trigo integral). Isto é, ficamos sempre de barriga cheia! Muito obrigado, Neusa!
Eu, que já estou prá lá de estressado desde que voltei a morar no centro de Itapetininga, não pude deixar de observar, decepcionado, que a poluição urbana e a mediocridade das massas também alcançaram esses lugares: para vc ter uma idéia da coisa, vou apenas dizer que presenciei, lá em São Francisco Xavier, o triste espetáculo de um grupo de músicos regionais, praticando a "catira", enquanto, bem ao lado deles, um grupo de jovens ouviam música funk, a todo volume, em volta dos altofaltantes instalados num Fiat Uno. Eram os "manos" e sua lamentável cultura do "nada": nada a dizer, nada a pensar, nada a fazer. Que triste! Logo os músicos desistiram do espetáculo, derrotados que foram pelo som bem mais possante que vinha do automóvel.
Eu que pensei que este fenômeno só ocorria em cidades médias e grandes, me senti desolado por constatar que a mediocridade está se alastrando por todos os lugares. Que pena.
Outra constatação dolorosa foi perceber, lá no sítio da Neusa, que nem aquele delicioso lugar estava livre dos sons da cidade: motores, motores, buzinas, buzinas, música, música gritos, gritos... uau! não sei bem por que razão (talvez pelo eco criado pelos morros), mas o fato é que era perfeitamente audível lá no sitio os sons da agitação da cidade de Monteiro Lobato.
Há quem veja nisso os sinais (ou o preço) do progresso. Mas eu só vejo os prenúncios de um caos social maior (desculpe o meu tom catastrófico e sinistro, baby).
Mas, voltando a falar das coisas boas que vi nessa viajem: além da belíssima paisagem, também reencontrei aquelas pessoas, cada vez mais raras aqui em Itapetininga, que prezam a vida simples, o vegetarianismo, a meditação, o artesanato, a conversa em volta da mesa, o andar descalço e todas aquelas coisas que o capitalismo da vida urbana vai consumindo rapidamente.

Fotos: 1 - arte naif (na parede) e escultura de Don Quixote, de artistas plásticos de S. Francisco Xavier. 2 - casa de Neusa, em Monteiro Lobato. 3 - igreja matriz de Santa Branca.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

dia histórico

Fidel Castro não é mais presidente de Cuba.

Para alegria do mundo capitalista, Fidel anunciou agora há pouco sua renúncia à presidência de Cuba.


O site UOL, com a rapidez que lhe é habitual, já publicou vários textos sobre o polêmico homem que "nunca se curvou aos Estados Unidos".


Eu sei que Fidel não é exemplo de político democrático, mas confesso que tenho uma grande simpatia por ele e por sua forma de governar.

(na foto: Fidel e Che Guevara em 1960)



sábado, 16 de fevereiro de 2008

devolução

O governo vai nos devolver hoje aquela uma hora que nos foi roubada no dia 14 de outubro de 2007, quando se iniciou o chamado "horário de verão". Foram 125 dias em que tivemos que acordar mais cedo e dormirmos mais tarde para podermos cumprir nossos compromissos.
Há os que gostam disso e há os que odeiam. Eu estou entre esses últimos, pois demoro para me acostumar ao novo horário, perdendo boas horas de sono.
Só gosto do horário de verão quando ele termina, deixando em mim a sensação de um tempo mais calmo e mais lento.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

he-he-he-he!!!


FREIRA HIGIÊNICA
Um trem bate em um ônibus cheio de freiras, e todas morrem. Elas estão todas de frente para São Pedro, tentando atravessar osportões do paraíso.
O santo pergunta à primeira freira:
- Irmã Teresa, você, alguma vez, já teve contato com um pênis?
A irmã sorri, timidamente, e responde:
- Bem, uma vez toquei a cabeça de um, com a pontinha do meu dedo...
- OK! diz o porteiro do Céu e determina:
- Enfie a ponta do dedo nesta bacia com água benta e atravesse o portão...
São Pedro pergunta, então, à segunda freira daquela grande fila de freirinhas tragicamente mortas naquele acidente:
- Irmã Rosa, você alguma vez teve contato com um pênis?
A irmã reluta um pouco, mas responde:
- Bem, uma vez eu segurei e acariciei um...
- Sendo assim - determina São Pedro - enfie a mão toda na água bentae atravesse o portão.
De repente, forma-se um tumulto na fila das freiras. Uma delas começa a empurrar as outras para passar na frente, pois está desesperada com o teste aplicado por São Pedro para admitir a entrada no Cèu. Quando a freirinha afoita chega ao início da fila, São Pedro pergunta:
- Irmã, irmã... qual é o motivo da pressa?
E a freira responde:
- É que, se eu vou ter que fazer gargarejo com essa água, melhor fazer isso antes que a irmã Jurema tenha que lavar a bunda pra entrar no Céu!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

instante surreal

O carnaval de rua de Itapetininga ocorreu na R. Virgílio de Resende, durante as noites de sábado e segunda-feira, o que é uma novidade por aqui (sempre foi no domingo e na terça).
Talvez a mudança de data tenha sido um dos motivos para a relativamente pouca presença do público, como ocorreu no sábado, pois na segunda a concentração foi maior.
O fato da apresentação de uma grande escola de samba - a Unidos do Tucurivi, de São Paulo - ter sido anunciada e esperada por toda a cidade, com certeza ajudou para atrair mais pessoas na última noite de carnaval.
Eu, que moro aqui no centro, fui um observador de tudo.
Aliás, seria impossível fugir a isso (a menos que eu viajasse), pois foi anunciada a concentração do bloco Vai-quem-quer aqui na minha rua (o que acabou não ocorrendo direito).
Abasteci minha máquina fotográfica e fotografei e filmei a vontade (na verdade quase, pois fotografar é algo meio delicado e ás vezes embaraçoso e eu nem sempre sou tão cara de pau assim para ir lá e bater aquela foto...).
Foi muito interessante observar o carnaval.
Observei que, tirando os passistas e bateristas, pouca gente do público estava fantasiada. Isso parece uma tendência dos tempos, pois a cada ano q passa uma grande maioria de pessoas adota uma atitude de expectadora quase passiva em relação ao carnaval, apenas nutrindo o desejo de ver o milionário carnaval da televisão ou, então de irem para a rua presenciar um espetáculo semelhante, mas apenas feito ao vivo - o que é uma atitude triste, para dizer o mínimo.
Bato palmas para as alegres, corajosas e autênticas pessoas que proporcionaram para a r Virgílio de Resende, essa estressada rua do trânsito capitalista nosso de cada dia, duas noites de surrealismo. Acho que as fotos a seguir provam que não estou exagerando.
Destaque da Escola Imperadores do Samba.

Destaque.


Ala das índias.


O aristocrata da Escola Aristocratas do Samba.



O personalíssimo Wagner.




Mãe baiana.



Rainha da bateria.


Casal abre alas da Escola Unidos do Tucurvi.


Concentração da bateria.


Porta estandare da Escola Aristocratas do Samba.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

desfile de rua

Cenas do carnaval de rua de Itapetininga, na R. Virgílio de Resende.
2 de fevereiro de 2008.
Palhaços.


A conhecidíssima Vanda "Carvão"




Uma baiana

Um vídeo de 9 minutos (num repare nos erros de edição. Aliás, onde estiver escrito "carnaval 2007", leia-se "carnaval 2008")




sábado, 2 de fevereiro de 2008

pão de abóbara paulista


Ingredientes:
  • 600 gr de farinha de trigo
  • 2 ovos
  • 1 colher de azeite de oliva
  • 2 colheres de sopa de açúcar
  • 20 gr de sal (equivalente a duas collherinhas de chá)
  • água a vontade
  • 25 gr de fermento biológico
Rendimento: 5 pães arredondados tamanho médio.
Tempo total: 1 hora e meia num dia de calor (um pouco mais num dia de frio).
Forma de fazer:

1º faça a "esponja"
misture 150 gr de farinha com o fermento e vá juntando água até formar uma bola, também chamada de "esponja". A "esponja" nada mais é do que um truque dos padeiros para apressar a feitura do pão: ela é apenas usada para aquecer e fazer crescer o fermento, dando tempo, enquanto isso, para o padeiro ir preparando o "resto" do pão, que, no caso da minha receita, foi feito de abóbara paulista.

2º lave, descasque, raspe e misture cerca de 300 gr de abóbara paulista

numa vasilha, misture a abóbara, os dois ovos (com as claras), o sal, o açúcar e o azeite. Aumente a quantidade do sal ou do açúcar conforme o seu gosto. Vc também pode substituir o azeite por margarina. Mexa essa meleca com um garfo, misturando bem todos os ingredientes, até chegar a uma forma pastosa e úmida. Deixe descansar.

3º meter a mão na massa!
chegou a hora de criar o corpo do pão, isto é de juntar a meleca de abobrinha ralada com a farinha. O melhor a fazer nessa hora é ter certeza de que suas mãos (incluindo unhas) estão bem limpas, respirar fundo e meter a mão na massa. No começo eu usei colher de pau e só depois, quando a massa já estava bem formada, usei as mãos. Depois, quando a massa ficou consistente, sem se desmanchar no toque, sovei a massa no mármore da pia (devidamente seco e enfarinhado).

4º) juntar a esponja com a massa:
Continue com a mão na massa pois agora é hora de juntar a esponja que vc deixou crescendo com a massa de farinha com abóbara ralada. Misture bem as duas massas, sove e enfarinhe o quanto for necesário até chegar a uma massa final consistente, levemente úmida.

5º) dar um tempo:
deixe a massa descansar por uns 30 minutos numa forma com um pano encima. Aproveite o tempo para untar as formas que irão para o forno e para lavar os utensílios que vc usou. Economize água!

6º) pré-aquecer o forno:
deixe o forno pré-aquecido a 180 graus, 10 minutos antes.

7º) modele os pães
enquanto o forno esquenta, vá cortando a massa no tamanho desejado dos pães, modelando-os com as mãos. Use sua intuição e habilidade.

8º) cubra os pães com gemada
Pegue um ovo e separe gema. Bata a gema. Pincele a gema batida em cada um dos pâezinhos. Isso vai dar uma cor escura para eles depois de assados. Detalhe: vc pode fazer tudo isso sem pincel, apenas usando o dedo. O resultado é o mesmo.

9º) mais um tempo:
com os pães no forno, sente e espere. Aproveite para ler algumas páginas do livro q vc gosta.

10º) fique esperto:
de tempos em tempos, monitore o seu pão, afinal, o olhar do dono faz crescer a criação.... Um pouco antes de desligar o forno, certifique-se de que a massa não está crua por dentro, perfurando alguns dos pães com um palito grande. Se o palito estiver sequinho, sem massa grudado nele, pronto, o pão tá pronto, êba!

Pode ser servido só, amanteigado e/ou acompanhado de café com leite, leite com chocolate e chás.

Depois me diga se ficou bom!

Homenagem à "Graúna", do Henfil

No final da década de 1970, eu era apenas um adolescente curioso quando, por acaso, frequentando a banca de jornais da rodoviária de Itapeti...