Pendurar na parede da sala um diploma de nível superior é o sonho de muita gente.
Afinal, o diploma não apenas significa possibilidade de melhores salários e empregos, como também (o que talvez seja o mais importante para alguns) uma cela especial na cadeia da cidade, caso o cidadão seja preso.
Conheço muita gente honesta que faz sacrifícios diários para conseguir isso: trabalhando durante o dia, viajando à noite em estradas movimentadas e ainda tendo que comer depressa, no intervalo entre aulas, o hamburguer de origem duvidosa de alguma cantina de faculdade.
Tenho vários alunos nessas situações, com os quais me solidarizo.
Estou lembrando disso porque acabo de ler a notícia de que a Faculdade Alves Faria, de Goiás, foi obrigada pela justiça a suspender o "tratamento especial" dadp ao senador Marconi Perillo e sua esposa, Valéria Perillo, matriculados no curso de Direito, que os desobrigava de cumprir a rígida frequência de 75% da carga horária, exigência válida para todos os demais pobres mortais alunos.
A notícia me fez lembrar que já fui testemunha de história parecida ocorrida por aqui mesmo, numa faculdade particular em que já lecionei.
Na época, o diretor e proprietário da faculdade queria agradar a esposa de um certo político, que não tinha diploma de nível superior.
Ofereceu a ela, então, a possibilidade de obter o tão almejado papel bastando apenas matricular-se no curso. E que nem com frequência e provas ela se preocupasse, pois tudo isso seria facilmente forjado na secretaria da faculdade com a devida discrição.
A mulher, considerando-se bastante experta, abraçou logo a oportunidade e assim, quatro anos depois, mais uma insuspeita cidadã passou a figurar nas estatística brasileiras como mais uma daquelas pessoas que possuem o tal nível superior.
O "melhor" (para ela): como prêmio de "formatura", a senhora ainda ganhou um aumento de 10% em seu salário, pois a mesma é funcionária pública.
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