sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Homenagem à "Graúna", do Henfil

No final da década de 1970, eu era apenas um adolescente curioso quando, por acaso, frequentando a banca de jornais da rodoviária de Itapetininga, acabei por descobrir o Pasquim e os vários cartunistas que passaram pelas páginas desse jornal ou tablóide, não sei como chamá-lo.
O Henfil acabei conhecendo melhor, e me simpatizando muito com ele, pois ele também apresentava um pequeno programa humorístico (humorístico??? na verdade é difícil defini-lo) na TV Mulher da Rede Globo. 
A "coisa" que vai aí na fotos é minha homenagem a ele e à personagem tão marcante que ele criou, a graúna. 
Sim, você não verá grandes semelhanças entre a personagem do Henfil e a minha precária obra feita de ripas de madeira (corpo de imbuia e pés/asas de cedro rosa, aliás). Mas espero que você considere as minhas mais honestas e boas intenções. 



Aqui mostrando o estudo inicial. 

Aqui já ganhando a forma final.


Aqui a Graúna passeando pelo quinta da casa de Itapetininga. 

Aqui a produção das pernas que também representam as asas. 



Meus brinquedos gostam de ver a vida passando pela janela.







e aqui a própria Graúna!!!!!




 

O ciclista que virou um homem bem dotado!!! Ohhhhh!!!!

Esse sujeito que aparece aqui nas fotos bem disposto, ereto e com um curioso rabo de gato era, na verdade, apenas e simplesmente o boneco integrante de um brinquedo que fiz na minha casa em Itapetininga (não no apartamento em Campinas). 
O brinquedo era um triciclo e as pernas articuladas do boneco permitiam que ele as movesse juntamente com a roda dianteira. 
O que agora se assemelha a um rabo de gato era, na verdade, originalmente, apenas o suporte onde as duas rodas traseiras estavam presas. 
Não achei foto do brinquedo original, que acabou quebrando e permitindo que esse senhor ganhasse vida própria.
É um senhor de respeito, muito amado pelas senhoras que admiram a sua boa disposição, sensibilidade poética e alegria sincera.

Conheça-o!











 

O chaveiro que é um cachorrinho pré-histórico

Este chaveiro também foi feito no apartamento. 
A banqueta da minúscula cozinha serviu de bancada. 
Para lhe dar forma, usei formões e mini serra. 
O resto foi trabalho de lixamento e enceramento. Quase nunca uso verniz. 
Veja como ficou. 👇







 

O chaveiro que é um amuleto e um demônio

Não é difícil concluir que a vida em apartamento é quase uma prisão. 
Sim, existem os apartamentos de alto padrão, imensos, com dois, três ou mais banheiros, varanda e outras comodidades. 
Mas não é o meu caso. Moro numa quitinete. Sem varanda, para piorar. 
Não tenho televisão. Há muitos anos me libertei dela e de toda (quase toda, na verdade) a cultura artificial que ela representa.
Também não tenho religião, nem participo de partido político, embora esses dois assuntos me interessem bastante. Alienado não sou. 
Mas porque estou falando essas coisas?
Ah sim, porque para fugir do tédio e claustrofobia da vida dentro de numa quitinete, decide há muito tempo atrás que eu deveria ter um passatempo que pudesse ser feito dentro dos 32 metros quadrados da minha moradia e que não causasse perturbação aos vizinhos. Longe de mim arrumar tetra com eles!!
Bem, além das palavras cruzadas e da leitura de livros variados, acabei me dedicando aos pequenos trabalhos com sobras de madeira.
Como uso pequenas ferramentas manuais, esse foi o trabalho manual mais adequado ao meu caso, não causando nenhum transtorno para os meus vizinhos.
Enfim, vamos ao tema desta e das próximas postagens: os chaveiros de madeira. 
Fáceis de serem desenhados e serrados (embora isso exija alguma paciência e habilidade), os chaveiros de madeira podem ser feitos dentro do apartamento sem grande barulho e sem grande sujeira. 
Este que aqui vai representa, para mim, dentro do meu acervo mental de imagens e significados, um demônio. 
E porque um demônio? Porque eu queria criar um amuleto próprio, só por isso. E achei que um demônio seria o ideal para isso. 
Veja aí como ficou.









 

Homenagem à "Graúna", do Henfil

No final da década de 1970, eu era apenas um adolescente curioso quando, por acaso, frequentando a banca de jornais da rodoviária de Itapeti...