Nesses últimos dias, várias acontecimentos importantes (ou desimportantes, dependendo do ponto de vista), chacoalharam a vida desta Itapetininga.
Estou me referindo à realização da 39ª exposição agrícola-pecuária-industrial e comercial (q nome!), à "meia-vitória" dos vereadores cassados e ao anúncio da instalação de uma fábrica de vidros em Tatuí, nossa vizinha cidade.
Não é pouca coisa, não.
Então vamos por partes.
A expo-argh!
Pelo título acima já se pode perceber que não sou um entusiasta da quase quarentona exposição agro-pecuária de Itapetininga. Antes q pensem (ou confirmem) que sou um chato, vou já explicando: nada contra nossos agrícultores. Meu problema (como o de muitas outras pessoas) com a tal expo-agro é por não concordar com a maneira como ela ocorre, em escancarada afronta às leis ambientais mais básicas.
No quesito perturbação do sossego público, o som dos shows que ocorrem lá, em espaço aberto, tomam conta de quase toda cidade, sendo fato notório que os moradores mais próximos da expo-argh não dormem nem ao menos podem tranquilamente ver suas tvs durante os 10 dias de sua realização.
Assim, lá vai pro espaço o seu democrático direito de querer passar longe dos shows de pagode, sertanejo ou assemelhado que costumam acontecer lá expo-argh (justiça seja feita que a expo-agro, em anos anteriores, já trouxe shows memoráveis como o dos Titãs, Skank, Capital Inicial, Jota Quest, Chitãozinho e Chororó, só para lembrar alguns - mas, de qualquer modo, sempre excedendo os direitos daqueles que não queriam ouvir tais grupos).
E quanto aos animais? Coitados: além de também serem expostos a todo tipo de ruído e assédio dos frequentadores, alguns deles ainda têm que enfrentar uma maratona mais terrível que é a imolação dos rodeios e provas de laço.
Acho interessante que, dos grupos ecológicos de Itapetininga, nenhum deles se manifeste contra a realização desse tipo coisa, sendo, na verdade, por omissão, conivente com tais coisas. É uma pena.
Por fim, para não ir mais longe nas críticas, também deve ser registrado que nem todas as barracas de alimentos respeitam as regras e cuidados hoje tidos como essenciais para a garantia da higiene alimentar.
Não é a toa que eu já chamei aqui, em outra postagem, que a expo-argh acaba se conformando como um mal exemplo para o cidadão médio itapetiningano que, ao ver um grande evento como esse receber todo apoio da mídia, dos políticos e das organizações públicas (q, em tese, deveriam justamente combater certas coisas q ocorrem lá), acaba entendendo que agir desse modo - sem respeito ao sossego público, aos animais e à higiene alimentar - é algo que pode ser feito por qualquer um, legitimamente!
Desculpe o exagero, criticando um evento tão querido por milhares de pessoas.
Mas não sou uma voz solitária, não.
Também existem outros tantos de milhares de pessoas que pensam mais ou menos como eu.
Para não ficar só nas críticas, aqui vão algumas sugestões para os organizadores das próximas expo-agro:
- incluir um tema geral para cada nova edição da expo-agro, que seja ao mesmo tempo de interesse dos produtores e do público frequentador (composto em sua maioria por jovens!!), tipo: segurança alimentar, meio ambiente, etc.....
- imbuir toda a organização de espírito educativo, mais do que meramente "distrativo" (para não dizer alienante);
- dipor de monitores ambientais em todo o recinto de exposição, com a função de chamar a atençao das pessoas para atos pequenos como o de não jogar papel no chão, etc...
- proibir rodeios e provas de laço;
- destacar empresas que sejam ecologicamente corretas.
Coisas simples tudo isso que estou sugerindo. Para executá-las só é necessário algum espírito cidadâo, ecológico e democrático.
Roubaram meu celular!
Não o meu, mas o de centenas de frequentadores da expo-argh (eu não possuo celular). Fiquei sabendo ladrões promoveram alguma coisa semelhante a um arrastão para roubarem celulares e carteiras. Lamentável.
Tio, deixa que eu cuido!
Para vc ir de carro na expo-argh ou o motorista pagava pelos estacionamentos oficiais (acho q 10 reais) ou tinha que se sujeitar ser explorado por alguns elementos que dominavam as ruas próximas, cobrando de 3 a 5 reais pelo uso de uma vaga na via pública.
Uma verdadeira vergonha, isso! Não só pelo abuso dessas pessoas, como pela completa omissão da polícia que, embora tendo um quartel ao lado da expo-argh e mantendo um policialmento ostensivo no local, não foi capaz de combater esse tipo de coisa.
E os vereadores, voltam ou não voltam?
Essa é a pergunta que ficou na boca do povo desde quarta-feira passada, quando a mídia local anunciou que os famigerados 6 vereadores cassados haviam ganho um recurso no Supremo Tribunal Federal e q, por isso, poderiam voltar a ocupar seus postos na Câmara Municipal.
O Correio de Itapetininga chegou a dizer que alguns desses vereadores já estariam comemorando a surpreendente notícia prometendo uma verdadeira "caça às bruxas', isto é, perseguir e prejudicar aqueles que foram os responsáveis diretos pela sua cassação.
Uau! coisa feia isso.
O juiz que deu o tal recurso aos vereadores cassados foi um tal de Eros Grau (não confundir com "zero grau" que é outra coisa), lá de Brasília.
É o que eu já disse aqui: mais cedo ou mais tarde os 6 vereadores cassados acabariam achando algum juíz mais "bonzinho" para aliviá-los do fardo da culpa.
No entanto, segundo minhas fontes, a população honesta de Itapetininga pode continuar dormindo em paz, pois os 6 vereadores não irão voltar à Câmara.
Mas eu, pessoalmente, ainda acho cedo para baixar a guarda.
Aliás, hoje, segunda feira dia 5 de maio de 2008, vai ser um dia daqueles lá na Câmara: o Geraldo Macedo, presidente, chegou a pedir reforços policiais para a sessão de hoje.
dois pesos, duas medidas
Tatuí receberá a instalação de uma milionária fábrica de vidro, que vai gerar uma porção de emprego para a classe operária local. Sei que a notícia está sendo bastante festejada por lá - o que é compreensível.
Eu tb felicito o povo tatuíano, desejando q a fábrica represente um verdadeiro progresso econômico para a maioria das pessoas e que seu funcionamento não perturbe nosso frágil equilíbrio ecológico e sirva de exemplo para as demais empresas da região.
Mas a vinda dessa fábrica tem um lado escandaloso que poucas pessoas perceberam.
É que esta empresa recebeu benefícios fiscais do Governo do Estado de São Paulo (não sei precisar que tipo exatamente de benefícios), para evitar que a fábrica fosse atraída por algum outro Estado brasileiro, dentro daquele famoso jogo de "guerra fiscal".
O problema não é exatamente o governo ter dado tais benefícios para essa fábrica. Não. O problema é não ter feito o mesmo com a Incrível e Fantástica Fábrica de Chocolate que iria se instalar em Itapetininga.
Nesse caso, o governo, através de seus deputados e secretários, chegou a espalhar por aí que não iria participara de nenhuma guerra fiscal e que se a referida fábrica quisesse ficar em Itapetininga, que o fizesse por sua própria conta e risco o que acabou por fazer com que a fábrica de chocolates fosse se instalar lá em Extrema, em Minas Gerais, cujo governo não teve nenhuma dúvida em oferecer incentivos para garantir o seu funcionamento inicial.
Enfim, o que eu posso concluir é que o ato discriminatório do Governo Estadual de São Paulo, de ajudar uma empresa e não outra, é uma afronta aos princípios mais básicos da ordem pública.
Se o Estado de São Paulo tivesse uma Assembléia Legislativa e um Sistema Judiciário dignos, uma coisa dessas não passava em branco não.
Mas vai passar, sim e, pior, sob aplausos do povo (esse coitado)!